De cor e salteado

Algumas palavras

sei-as de cor

outras vislumbro-as

salteadas

no guião deste verso

enssopado no licor

dos teus beijos

Em palavras escorregadias

quebras meus silêncios

espelhados em cada lampejo

de amor

onde albergamos gestos

enfunados de paixão

guardados no cântaro

de cada fragrância, banhando

a pecularidade desta solidão

sempre, sempre…em ebolição

Soltei as palavras, qual incenso

sem as memorizar

Voei daqui, volatilizado

até me seduzir nos véus

da tua esperança

pernoitando no destino

dos teus braços

numa procissão de fé

em orações

fatalmente tão resignado

Ninguém mais viu

a alegria quando te acenei

minha euforia

Ninguém revelou teus sorrisos

quase hilariantes

Ninguém surpreendeu o silêncio

quando calei minha voz

só pra te algemar de vez

em nossas loucas simetrias

Todos viram outras

páginas de um fim

sem desfecho

num livro onde não

mais aconteço

pois da alma somente

vislumbro o eterno começo

da vida

conversando sossegada

ao sabor de cada verso onde

em ti cordialmente transpareço

FC

Frederico de Castro
Enviado por Frederico de Castro em 17/12/2015
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