Eu não sei escrever poesia
Faço da tua pele palavras sussurradas, debandadas
Quando vem com passos descalços, sem pudor
Quando tira a roupa e esquece a casta
Perco os acentos entre os lençóis do teu calor
Mas quando chega o dia e adormece ao meu lado
Logo me apresso, acendo o cigarro
Não quero dividir despedidas, gosto dos acasos
Da tua voz me procurando quando não me faço
Estranho as rimas dispersas nos primeiros versos
Somos como encontros vocálicos depravados
Você é poesia declamada na cama
E ainda assim te deixo ir, sem gama, sem dramas
Vamos seguindo com os recantos sem sentido
Um dia aprendo a dominar eufemismos, escrever com estilo
Um dia aprendo a não misturar poesia
Um dia aprendo a te amar como deveria