Eu não sei escrever poesia

Faço da tua pele palavras sussurradas, debandadas

Quando vem com passos descalços, sem pudor

Quando tira a roupa e esquece a casta

Perco os acentos entre os lençóis do teu calor

Mas quando chega o dia e adormece ao meu lado

Logo me apresso, acendo o cigarro

Não quero dividir despedidas, gosto dos acasos

Da tua voz me procurando quando não me faço

Estranho as rimas dispersas nos primeiros versos

Somos como encontros vocálicos depravados

Você é poesia declamada na cama

E ainda assim te deixo ir, sem gama, sem dramas

Vamos seguindo com os recantos sem sentido

Um dia aprendo a dominar eufemismos, escrever com estilo

Um dia aprendo a não misturar poesia

Um dia aprendo a te amar como deveria

Fernanda Oz
Enviado por Fernanda Oz em 18/12/2015
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