Espera

O que posso é esperar, ora essa!

E esperar se faz a duras penas;

O meu amor em mim, tem pressa,

O meu amor, em si, tem problemas...

O que posso nessa cega impotência,

espiar a vida com sede, por frestas;

o meu amor em mim tem urgência,

o meu amor em si, tem arestas...

O que posso é balançar essa rede,

uma paz meio falsa com embustes;

pois, meu amor em mim tem sede,

o meu amor em si, tem ajustes...

O que posso é ter a faca sem queijo,

por agora, ainda faltam uns passos;

o meu amor em mim tem desejo,

o meu amor em si, uns embaraços...

Mas, toda espera justa tem seu fim,

te amando, é justo esperar por ti;

té que veja deleite do amor em mim,

fazendo alegria do meu amor em si...