O adeus não virá

O adeus não virá do azul, nem vermelho,

Nem refletido no olhar, nem do espelho,

O adeus não virá na vida ou na morte,

Mesmo que o amor à própria sorte,

Seja lançado, sentindo saudades,

Abandonado, sem ter como matar as vontades,

Sem poder dizer nos olhos que te ama,

Mas nem por isso não reclama,

Apenas sente a dor vinda do coração,

Tentando fazer de tudo uma canção,

Na linda voz que canta aos ouvidos,

Nos lindos versos de amor repetidos,

Nos devaneios ao sentir os ciúmes,

Na roupa íntima ao cheirar o perfume,

Ao ouvir a sua voz ofegante,

Nessa cumplicidade delirante.

O adeus não virá nunca mais,

Nem sequer será tão capaz,

De saber se deveras existe,

Pois o amor é eterno e persiste,

Em mostrar que é maior que o motivo

De deixar alguém triste e cativo.

O adeus não virá nem longe, nem de perto,

Nem do mar, nem do deserto,

Não virá do mais bonito,

Pois o amor é infinito,

É eterno na essência,

Enquanto o adeus pede clemência.