Desfrutando o breve

Os pés voltados para o chão e

minha cabeça fitando o céu

Com o clima gélido minha pele

ganha um estrato de mel

Entre as nuvens eu encaro a lua

como se quisesse me indagar

Sobre a minha inércia que persisto

continuar a pecar

-Outra vez não fará nenhum

poema hoje caro artista?

-A arte das palavras fervem em

você, não as perca de vista

E não será perdida, pois enquanto

as árvores estiverem a dançar

E os ventos me acariciar, estarei

lúcido desse talento de poetizar

O breve momento que se mostrou

diante da minha boca estio

Um instante de fulgor que me

alçou à um estado viril

Uma doce surpresa o ósculo

instantâneo quase imperceptível

Mas ao sentir os lábios dela me

dei conta do quanto é apetecível

Em devaneios vou caindo, com os

efeitos do aperto que sinto

Meus pelos eriçados, vou

revendo aquele momento extinto

O breve já estando no passado

ainda gera vigorosas emoções

Com uma diminuta tortura devido

a saudade entre os corações

Ao ver você e desfrutar do aroma

do teu corpo pairando no ar

Desejei a eternidade naquele

abraço para nunca largar

Em uma maré de sensações você

deixou-me ao ir embora

Libido para esbrasear e delírios

para toda hora

Queria tanto que você fosse

menos abstrato e mais concreto

Pois como fonte de muitos

desejos você é meu objeto

Moraes IV
Enviado por Moraes IV em 01/02/2016
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