Desfrutando o breve
Os pés voltados para o chão e
minha cabeça fitando o céu
Com o clima gélido minha pele
ganha um estrato de mel
Entre as nuvens eu encaro a lua
como se quisesse me indagar
Sobre a minha inércia que persisto
continuar a pecar
-Outra vez não fará nenhum
poema hoje caro artista?
-A arte das palavras fervem em
você, não as perca de vista
E não será perdida, pois enquanto
as árvores estiverem a dançar
E os ventos me acariciar, estarei
lúcido desse talento de poetizar
O breve momento que se mostrou
diante da minha boca estio
Um instante de fulgor que me
alçou à um estado viril
Uma doce surpresa o ósculo
instantâneo quase imperceptível
Mas ao sentir os lábios dela me
dei conta do quanto é apetecível
Em devaneios vou caindo, com os
efeitos do aperto que sinto
Meus pelos eriçados, vou
revendo aquele momento extinto
O breve já estando no passado
ainda gera vigorosas emoções
Com uma diminuta tortura devido
a saudade entre os corações
Ao ver você e desfrutar do aroma
do teu corpo pairando no ar
Desejei a eternidade naquele
abraço para nunca largar
Em uma maré de sensações você
deixou-me ao ir embora
Libido para esbrasear e delírios
para toda hora
Queria tanto que você fosse
menos abstrato e mais concreto
Pois como fonte de muitos
desejos você é meu objeto