Amor, fraqueza forte

Certeza incerta, só, gládio de fé e medo,

Nas vezes que tu vens, outras que não;

naquelas tens ao meu colo, nessas asas...

vento apagando, antes, de avivar brasas,

sopra as cavidades tuas do meu coração,

onde fazes estripulias, e poesias do Aedo...

Sinais tênues de teu encantador sobrevoo,

São microchips que comportam uma vida;

A esperança daria tudo, para lhes proteger...

Erro sempre tua vinda e sempre me perdoo,

A carência de ti, minha atenuante preferida,

E, não posso ser culpado, por desejar viver...

Às vezes, imagino, teu afastar nos aproxima,

Outras, temo que tenhas ido mesmo, de vez,

Risco outro layout, pra redesenhar os sonhos...

Mas, amor é teimoso, não desiste da esgrima,

Soa louco, faz duvidar de sua própria higidez,

enfrenta sem armas, os monstros medonhos...

O que vale deveras, tem preço, a vida ensina,

as coisas fáceis saem, pela porta que entram,

deixam muito pouco, e ignoro se, algo, levam...

o precioso assombra por trás de cada esquina,

pois, nele, nossas expectativas todas, centram,

negadas nos deprime, mas, supridas, enlevam...

E você vale tanto que espero contra esperança,

Pelo menos, minha loucura terá uma boa causa,

Se, imaturo meu desejo, inda é fruto que existe...

Sei que, longa espera, por longa, que nos cansa,

O cansado não muda a rota, apenas, faz pausa,

Tempo, senhor poderoso, mas, frágil amor resiste...