Lobélia Respirante
Um dia ela chora por mim
Cai em prantos como uma flor
Que vive toda a primavera e depois se vai
Andando para um fim
Chorando de dor
Amarga o tempo quando ela cai.
Tem cheiro respirante
Daqueles de campos de vivência sob o sol
Ela marca o terreno
Grita como galo cantante
Brilha um arrebol
E o grande se torna pequeno.
Ela amarra as faíscas que tem no mar
Laranja são as amarras
Envolve quem sente
Mesmo quando cai o luar
O amor dela mostra as garras
E o pequeno vira adolescente
Já com a dor como experiência
Os reflexos mornos da poeira vermelha
Sobe os joelhos que tremem
E ela longe dança a cadência
Minha vida se ajoelha
Enquanto ventos gemem
Só pode ser ela minha lobélia
Uma alma roxa que de tão nobre há perfume
Vem me valer na minha caída
Se torna novamente minha família
Me levante e por favor me arrume
Um caminho, uma saída...