MOCIDADE.

Navego neste mar de saudade

Sem rumo por entre espumas,

Em busca da perdida mocidade

Que se perdeu com a idade,

Procuro-a neste mar de brumas.

No meu frágil e eterno veleiro

Com velas de saudade ao vento,

Em busca do amor primeiro

Que junto às rosas do canteiro,

Jurei o mais puro sentimento.

Entre ondas de amor e ternura

Deixo-me levar pela tempestade,

No desespero da minha procura

O amor que no coração perdura,

Como chama que no peito arde.

Enxergo no horizonte o teu rosto

Mesmo em manhãs de nevoeiro,

Para acalentar o meu desgosto

Revejo-te nas tardes ao sol-posto,

Bela, junto às rosas do canteiro.

Quanto atracar ao porto da ilusão

Onde a mocidade me espera,

Nas ondas afoguei minha paixão,

Devaneios do meu frágil coração,

Recordando amores de outra era.

LuVito.