Esculpindo a luz

Sou simplesmente uma partida

sem mais regresso

esvaindo-me em digressões

numa travessia quase louca

rumo a lugar nenhum

sem trajecto nem etapa

errando simplesmente

nesta peregrinação divertida

consumada… com palavras

veladas na colorida escultura

que talho de mansinho pela

noite costurada em tantas

tantas desventuras

Assim lavramos o destino

no tempo que resta

esculpindo na escuridão da noite

uma luz ou um brado sereno

urdido em mil gargalhadas

abastecendo de vida

toda a vida desabrochando

como gotas abençoadas de criatividade

reflectindo neste lúdico silêncio

a inexorabilidade

do tempo que jaz no carrocel

da nossa imensa cumplicidade

onde nos sincronizamos até à imortalidade

FC

Frederico de Castro
Enviado por Frederico de Castro em 13/03/2016
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