FOTOGRAMA
Conheço a lucidez
da sua exatidão,
aragem de poesia
incrustada nos ossos
e nas vísceras.
Na superfície aparente,
um varal de película
cobre a pele velutínea
sem nódoas ou hematomas.
O rosto é uma vitrine.
Uma paisagem habita ali
ora cega, ora amola
mais desconcerta que orienta.
Lendas se dissolvem
no seu azul de junho,
prefácio de um entardecer
menstruado de fotossíntese.