O verso, a margem e a mulher...
Me inquieta a conveniência das palavras arquitetadas
Metrificadas sem haver nelas essa angústia 
Essa de querer explodir o mundo 
Essa de querer acariciá-lo
Me inquieta que no verbo escolhido 
Se dissipe a impiedosa arte do grito 
Esse que me move 
Esse que arrebenta as portas do paraíso
Me inquietam as mesmices dos sentires
Desmistificando o meu sentir primeiro 
O verbo que vem e vem assim inteiro 
Me ferindo, me quebrando, me amputando o medo!
E eu grito, grito porque sou poeta 
Os sussurros deixo ao travesseiro 
Soltos, livres em confissões femininas 
Que também ultrapassam as margens do que sou ...
Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 07/04/2016
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