NÃO HÁ COMO VOLTAR
Naquele dia de verão você partiu
Porta a fora, mochila nas costas e o sangue frio
Sem pesar, pensamento ou gesto infantil
Gesto tão nosso, mas hoje gesto tão vil
Debrucei-me em prantos no meu travesseiro
No nosso aconchego, no leito daquele amor traiçoeiro
Recordando os tempos de sentimentos e abraços verdadeiros
Com ternura, respeito e zelo
Mas os seus vícios, as suas mentiras e seus pretextos
Tão fáceis de serem percebidos no gozo dos seus beijos
Quando me chama por nomes que mal conheço
E atira em meu corpo o seu corpo que hoje desconheço
A partida não é tão ruim quando se tem sofrimento
Principalmente quando se tem o olhar de desprezo
Quando o tom da voz não é mais o mesmo
E o abraço têm espinhos que ferem sem arrependimento
Meu hoje é reflexo do ontem que você me presenteou
São marcas de dias passados em que você muito errou
E agora já “mudado” insiste em me reconquistar
Mas sinto, amor. Não há como voltar