Amor desbotado
O amor desbota na fotografia.
Nas paredes, flutuam dúvidas.
Estrelas e nuvens
movem saudades.
Velhas senhoras rezam...
A noite fecha as janelas.
Espero a chuva. Não adormeço.
Palavras descrevem as horas
marcadas nos teus abraços...
Numa orquestra de pensamentos,
a alma em prantos, passa entre
as cortinas e morre antes de ler
os evangelhos.
Lenços de linho secam no abismo.
No ar, uma canção desperta-me.
Sou a realidade do não ser.