CANTO DA CONTRADIÇÃO DE AMAR

Se não for sublime,

Do que vale o ato,

Num curto espaço,

Os corpos cansados,

Satisfação não ter.

Se não for suave,

Nos dará o peso,

Desses corpos presos,

À vis segredos,

A revelar sofrer.

Se este for o preço,

Pago sem engano,

A alma em ato insano,

Nesse salto estranho,

Deixo-me prender.

Pode ser sombrio,

Se entregar inteiro,

Com gesto sorrateiro,

Desse amor matreiro,

Como forma de sobreviver.

Mas me entregar assim,

Falará por mim,

E se vier o fim,

Poderei dizer:

Foi melhor viver assim,

Do que na solidão persistir,

Num canto de um violão,

Nele emitindo o som paixão,

Em vazio instrumento,

Nele, túmulo dos sentimentos,

Sombrio monumento,

Onde sepulto o amor canção.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 26/05/2016
Reeditado em 27/05/2016
Código do texto: T5648141
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