Canção da Rosa Subita

Rosa subita nos anos

De meus cantos imaturos,

Promessa de nascituros

E de futuros desenganos

Do tempo atroz do velho.

Helena exaltada e rude

Em urgência de amiúde

Amar o falo conciso

Ave do paraíso

Musa orgulhosa do espelho.

A putisse atroz do universo

Soa em teu seio teso

Morada de pura amante

Desnudo lírio cantante

Beco, fatal impropério.

Odeio,louco,rude macho

A vaga alvoroçada

Deste ventre em cacho

Uva dada e sagrada

Planta do meu império.

Vestida de lubricidade

Nudez de short formoso

Incita o fecundo gozo

A povoar a humanidade

E a diverte das penas.

Cancro de meu desejo

Saúde exposta em nus

Peitos moles de crus

Cravos roxos do beijo

De sacrossantos poemas.

Eu te busco pelas ruas

No dorso das alvoradas

Plena de campinas nuas,

Eu te busco e não tardas

Com teu gozo erradio.

Eu te amo, plena madrugada,

Boca de veludo eterno

No meu alento sepinterno

De não haver na vida nada

Exceto teu lírico falerno.

Eu me perco em teu sorrizo

Fonte sagrada do eterno!

Eu te amarei,se preciso!

Ai... com outros te diviso...

Vai pros coitos do inferno.