O amor na América do Sul

as horas vagam.

afastam-se dos olhos

os relógios do sol.

desenham as ondas

os mares da América

do Sul.

pinto as unhas de azul.

sopro a poeira dos livros

guardados nas estantes

do passado.

as mãos suportam o peso

e preço das joias que uso.

nada posso gastar.

desenho a mesma boca

todo dia, antes das dez.

não sou a tal fulana,

aquela alta e bela,

mas posso ser a musa

dos sonhos modernos.

Dormem as palavras.

Há silêncio na boca.

não morro agora, nem depois.

todo lugar celebra a beleza

e a fragilidade do meu amor.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 14/06/2016
Reeditado em 14/06/2016
Código do texto: T5667093
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.