O amor na América do Sul
as horas vagam.
afastam-se dos olhos
os relógios do sol.
desenham as ondas
os mares da América
do Sul.
pinto as unhas de azul.
sopro a poeira dos livros
guardados nas estantes
do passado.
as mãos suportam o peso
e preço das joias que uso.
nada posso gastar.
desenho a mesma boca
todo dia, antes das dez.
não sou a tal fulana,
aquela alta e bela,
mas posso ser a musa
dos sonhos modernos.
Dormem as palavras.
Há silêncio na boca.
não morro agora, nem depois.
todo lugar celebra a beleza
e a fragilidade do meu amor.