ausência presente

tua

essa ausência que atordoa

mais que festa open bar no pepper's hall

e pense

que dói quisó

não só de hoje

ou de ontem anteontem

é bem de antes

da época que'u prometi

não escrever sobre sua ausência

da época que'u prometi

não escrever sobre sua constância

da época que'u prometi

numa noite de calor com o ventilador quebrado

em que me calei tantando matar teus pedaços adptados

resistentes à desintoxicação noturna e mais uma vez falhei

por que só de pensar

no pesar de pensar em você

um caminhão lotado de brita passa inteirinho por cima do peito

é que no fim das contas

tua ausência presente

é um bilhete de adeus escrito em guardanapo melado de batom roxo

é que no fim das contas

tua ausência presente

é um "acabou" às três da manhã pelo whatsapp

é que no fim das contas

tua ausência presente

se dá muito mais pelo não querer

do que pelo não conseguir

é que no fim das contas

eu quero mermo é sangrar feito nariz de boezinho que deu o primeiro teco no banheiro público da praça do golandin

eu quero mermo é sentir teu cheiro na atendende loura falsificada com a farda escrota do nordestão

eu quero mermo é lembrar de você quando encontrar um cabelo mal cortado e passar o resto da noite mal

eu quero mermo é escrever sobre o quanto a vida é aquele eterno 68 em que chorei quando fui embora

eu quero mermo é estampar na sua cara feito outdoor cada palavra dessa só pra me iludir com seu falso remorso

por que tá foda

essa ausência que atorda

mesmo você não valendo

essa porra de saudade

Gonzaga Neto
Enviado por Gonzaga Neto em 20/07/2016
Reeditado em 25/08/2016
Código do texto: T5703736
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