O DIA E A NOITE

Naquele desembaraçar da aurora,

o dia brigou com a noite

num limiar de extrema unção

para abraçar o eterno sereno,

que vislumbrava de tanto ardor e

expandia-se em vibrante fervor adoçicado.

Por máxima junção de dois pólos,

diferentes por mera ocasião,

num fechar e abrir de olhos

a noite queria ser dia e,

o dia se impôs em rebeldia.

Grande desilusão houve então,

pois os dois símbolos da energia

se amavam com pureza exótica.

Idolatravam-se e tinham o mesmo dom.

Simplesmente queriam ser felizes.

Felicidade que jamais ninguém ousaria,

nem sequer entender a sutileza,

pois somente seres de gigantescas emoções

entenderiam o que seria esse estranho amor.

Amor que vem de brigas castas,

mas inconfundivelmente amar sem se poder tocar.

A vivência mais bela de um todo

é ter certeza da infinita sutileza

de dois elementos preciosos,

apaixonados e ao mesmo tempo magoados,

porque não se podem ter,

porém,aceitam,amando-se ao longe.

Janetizinha
Enviado por Janetizinha em 19/08/2016
Código do texto: T5732909
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