O suficiente
Não consigo mais ver além
Teu olhar é meu horizonte final.
Esse mistério que te constitui
É um tanto desleal.
Será que não te compreendo?
O mínimo, um pouco, o suficiente.
Certamente não.
Mas também não me entendes.
Essas bobeiras que falo
Tentando ser engraçada
Que por vezes falho
E me sinto desorientada.
Não consigo achar
As maneiras de te entender,
Apenas...
O mínimo, um pouco, o suficiente.
Aliás, por que me tratas de um jeito tão...
Sem jeito?
É. Sem jeito.
Esse carinho fugaz que me ofereces
Não é carinho.
Carinho dura,
É terno,
Comove,
Alimenta.
O que me ofereces
É um lixo de sentimento.
Não sei porque ainda me importo.
Esperanças não tenho mais.
E esses relacionamentos abruptos
Não quero jamais.
São iguaizinhos políticos corruptos
Aos quais nada satisfaz.
Por mais que não te queira e queira,
Me pergunto ao anoitecer.
É. Todas as noites.
Por que não posso te ter?