SONHOS DE CAMBRAIA.
Passam as horas de solidão
No reflexo do teu rosto,
Desenho teu nome no chão
Com lápis feito de ilusão
Para acalentar meu desgosto.
Caem oblíquas as tardes!
No eterno horizonte multicor
Voam andorinhas de saudades,
Que espalham as verdades
Das sentidas juras de amor.
Hirtas sentinelas perfumadas
Plantadas no lindo jardim,
Enfeitam as madrugadas
Onde as carícias trocadas
Trazem promessas sem fim.
Chegas em noites de luar
Na cambraia dos meus sonhos,
Num jardim à beira mar
Teu lenço de seda a acenar
Entre os verdes medronhos.
Na madrugada da despedida
Como bela rosa desfolhada,
Deixaste minha alma ferida.
Com uma lágrima contida
Partiste na manhã orvalhada.
LuVito.