Demolição
Teus pedaços espalhados dentro de mim,
fragmentos de memórias que não consigo unificar.
Cheiros, vozes dissonantes, toques, rostos e desejos...
Músicas que soam frenéticas,
interpondo-se umas às outras em um orquestrado e singular baile de mascarados.
E entre recordações lancinantes eu bailo.
Danço por entre os escombros do meu coração despedaçado, valsando calmamente enquanto as paredes se desfazem.
E quando enfim só sobrarem as cinzas deste cenário macabro, recolherei calmamente do chão em ruínas teu retrato.
E pela última vez, beijar-te-ei a face,
e pela última vez molhar de lágrimas teu rosto tão adorado
E solitária, em outro seguir em frente forçada
Caminharei por entre entulho e memórias
Até que esteja longe demais para poder voltar
Até que seja tarde demais pra seguir em frente.