Enlevo do Amor

Não te aniquiles pela ingratidão alheia

Tampouco deixe inerme a dor na alma

Tudo escorre tal qual das mãos a areia

Apazigua, pois, assim chegues à calma

Correm os rios serpeando entre acidentes

Delineiam-se as serras ante o azul celestial

Inclinam a árvore tempestades prementes

Embranquece a mataria no período estival

Nada sobrevém do acaso, se te apascentas

Há uma instância de ordem ultra-superior

Se isto te serve de consolo, se te acalentas

Mas inquire-te, mesmo a teu próprio favor,

Do mal que cometeste ou por acaso te isentas

Das forças contrárias ao grande enlevo do amor

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 13/09/2016
Código do texto: T5759586
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.