Enlevo do Amor
Não te aniquiles pela ingratidão alheia
Tampouco deixe inerme a dor na alma
Tudo escorre tal qual das mãos a areia
Apazigua, pois, assim chegues à calma
Correm os rios serpeando entre acidentes
Delineiam-se as serras ante o azul celestial
Inclinam a árvore tempestades prementes
Embranquece a mataria no período estival
Nada sobrevém do acaso, se te apascentas
Há uma instância de ordem ultra-superior
Se isto te serve de consolo, se te acalentas
Mas inquire-te, mesmo a teu próprio favor,
Do mal que cometeste ou por acaso te isentas
Das forças contrárias ao grande enlevo do amor