Resplandecente
O dia resplandecente me trouxe as histórias tuas
onde, náufragos, teus sonhos todos eles derivaram
resvalando a quilha de tua nau em várias rochas nuas
soçobrando nas vagas os devaneios que se esquivaram
Descobriste trilhas antes jamais sequer percorridas
onde urzes e urtigas margeiam em todo o seu curso
pois são simplesmente tuas decepções por ti vividas
cravando, fincando queimaduras em teus pés no percurso
O acaso confrontou-nos e espargiu lume em nosso peito
nossa troca de olhares prenunciou a dádiva dos deuses
irrompendo na clara manha inundando sobre o teu leito
as luzes libertinas apagando o langor dos nossos adeuses
A passarada com seus trinados angelicais nos reconforta
propicia ternura enquanto peregrinam os sonhos andejos
o arfar do teu peito aumenta mais e mais quando cerro a porta
e passo a deliciar-me com o ataque bélico dos teus beijos