Até o Último Instante

Ei-lo estático e arfante do leão do meu desejo

Jaz, exangue, a esfinge do meu rude desengano

Bela, tenra e exuberante, ressonando eu te revejo

No edênico e perfumado leito santo e profano

Recrudesce o vigor que meu peito antes ganhara

Sinto-me no oásis de um deserto em brasas e feral

Oh, África insana, que nos apavora com o teu Saara

Recolhes ao teu seio as feras, isenta meu ninho do mal

Alegro-me antegozando a volúpia suprema e ardente

Dentro do peito uma chama crepitante arde em chamas

Já o teu corpo me acena com uma luxúria crescente

Aponta para os meus olhos o cimo dos teus seios erguidos

Sem delongas te abraço, te envolvo e por carícias clamas

Até o instante das contorções ritmadas dos teus últimos gemidos

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 13/09/2016
Código do texto: T5759639
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.