Até o Último Instante
Ei-lo estático e arfante do leão do meu desejo
Jaz, exangue, a esfinge do meu rude desengano
Bela, tenra e exuberante, ressonando eu te revejo
No edênico e perfumado leito santo e profano
Recrudesce o vigor que meu peito antes ganhara
Sinto-me no oásis de um deserto em brasas e feral
Oh, África insana, que nos apavora com o teu Saara
Recolhes ao teu seio as feras, isenta meu ninho do mal
Alegro-me antegozando a volúpia suprema e ardente
Dentro do peito uma chama crepitante arde em chamas
Já o teu corpo me acena com uma luxúria crescente
Aponta para os meus olhos o cimo dos teus seios erguidos
Sem delongas te abraço, te envolvo e por carícias clamas
Até o instante das contorções ritmadas dos teus últimos gemidos