Um amor que chora a dor do amor
Amar
Não é difícil,
Tampouco impossível.
Talvez o privar-se de amar
Seja a desventura.
Amar...
Não é terrível;
Tentar entender que é complicado.
Amar não mata,
Mas, ausentar-se dele sim.
Clamo...
Grito...
Esperneio...
Aos prantos fico,
Porque tu, meu amado,
Comigo não estás.
Amar-te não é suficientemente tudo.
Quero, amando-te, estar contigo...
Lamento-me pelo tempo ingrato,
Que retém e coloca,
Que nada perde-se.
Tudo avança para um lugar que ainda desconheço.
Mas, anseio assim proceder.
Quero querer-te,
Quero querendo-te, amar-te;
Quero amando-te, encharcar-me de tanto amor.
E ao mesmo ponto volto.
Retorno à ingratidão do espaço,
Que mesmo amando-nos,
Impossibilitados estamos de concretizá-lo.
E choro por não tê-lo, comigo.
Caracterizado sou,
Por um amor que tanto chora,
Que chora a dor do amor.