Pedra menina
Gentileza graciosa é mirar sua tórrida beleza!
Esses seus loiros cabelos, belos como flores
Suas formas tão lindas, tão cheias de delicadeza!
Iluminam qualquer fantasia carnal e sem pudores
Anelando o desejo e a tentação de lhe possuir
Nenhuma outra informação eu preciso descobrir
Exceto aquela palavra que lhe faz sorrir: Amores
Eu olho para o seu olhar ingênuo e desconcertante
No delírio adolescente, o reflexo mais luxuriante
A grande chuva nos sonhos mais ensopados
Insolente enredo me tornou a ti subordinado
Sem qualquer alívio, sem qualquer privilégio
Essa minha vida de ver e não te ter, que sortilégio!
Garanto-lhe, mágoa tenho desse acaso desatinado!
Gastei minhas horas tentando compreender
Esse destino miserável que veio te esconder
Suspiro... Tendes até um filho para te acompanhar!
Impossibilidade de ter a crença em te reencontrar
Além desses versos, no coração nada se concilia
Na maior parte do tempo, penso que talvez um dia
Eu sequer me lembraria da ironia que era te amar...
Ela jamais adivinharia tal sorte de imaginação
Não lhe daria qualquer aresta para sua apreciação
As mentes suspeitam, os corações se quebram
Isso é o que acontece com amantes que se entregam
Sabendo desde cedo que seu nome vai me arrepiar
Em noites de insônia na qual não posso prostrar
Grato pelo ensejo de a ti escrever, de ti recordar...