ENIGMÁTICA MULHER

Sonhei que estavas num deserto,

Te encontrava no Oasis da Minha vida.

Sua seriedade contrastava com seu olhar doce,

A maturidade das tuas palavras,

Não escondia seu jeito de menina.

Prostrado diante de ti e atônito diante de tua beleza,

Procurei em vão desvendar seus segredos,

Como a Mitológica figura da Esfinge, me intimou

A te decifrar ou ser devorado.

Minha memória enciclopédica quase infalível,

Subestimou os seus sentidos

E sucumbiu aos seus encantos,

Não resisti... fui devorado.

Devorado pela sua notável discrição;

Consumido pela sua indefectível inteligência,

Mastigado pelo seu senso de humor maravilhoso;

Engolido por um sorriso quase angelical;

Minhas mãos sempre bem articuladas,

Permaneciam inertes ao seu ataque,

Como um paciente terminal que dança com o ceifador implacável;

Um prisioneiro que vai alegre para o Cadafalso;

Um cisne entoando com maestria seu ultimo canto.

Acordei, extasiado,

Notei que em meu delírio, havia algo de real.

Pois percebi que faltava uma parte do meu corpo,

Era um pedaço do meu coração que não mais me pertencia,

E seria seu por toda eternidade.

Monicledson Carneiro
Enviado por Monicledson Carneiro em 28/07/2007
Reeditado em 30/07/2007
Código do texto: T582795