ESTAÇÕES
Lancei todas as minhas estações ao vento
Da Primavera colhi a rosa de Hiroshima
Do verão, apenas a sensação térmica do amarelo manga escaldante e putrefato do sertão carioca.
O inverno, em suas cavernas platônicas, me deu o passado encoberto e revisitado pelo veludo do teu corpo
E por esta razão pararei todas as estações nas mãos como um Atlas... Controlando-as terei o deleite de usufruir enluaradamente e com lascívia de todo o teu coração escarlate de Vênus olímpia americana.
Sem reticências, pontos, ou vírgulas de uma insana gramática
Serei teu canibal...devorarei anarquicamente tua boca, sexo e insígnias... víceras e todas as palavras numa orgia animalesca...
Antes que qualquer estação do ano possa findar nossa eternidade enamoradamente retumbante e delicadamente vindoura.