ESTAÇÕES

Lancei todas as minhas estações ao vento

Da Primavera colhi a rosa de Hiroshima

Do verão, apenas a sensação térmica do amarelo manga escaldante e putrefato do sertão carioca.

O inverno, em suas cavernas platônicas, me deu o passado encoberto e revisitado pelo veludo do teu corpo

E por esta razão pararei todas as estações nas mãos como um Atlas... Controlando-as terei o deleite de usufruir enluaradamente e com lascívia de todo o teu coração escarlate de Vênus olímpia americana.

Sem reticências, pontos, ou vírgulas de uma insana gramática

Serei teu canibal...devorarei anarquicamente tua boca, sexo e insígnias... víceras e todas as palavras numa orgia animalesca...

Antes que qualquer estação do ano possa findar nossa eternidade enamoradamente retumbante e delicadamente vindoura.

Marco Kbral
Enviado por Marco Kbral em 21/11/2016
Código do texto: T5830305
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.