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Às vezes eu só queria acordar na areia
E ver o mar pegando fogo
Pois como dizia um velho amigo
O vento é soprano
E o mar tenor
Quando se cruzam
São faíscas de amor
As ondas se quebram junto ao vento
Ambos em movimento
Ambos tocam nossas peles
E nos limpam de impurezas que nos perseguem
Que tendem a ficar em nossas almas
Amarradas em caldas
Que nos fervem
E então, não somos mais os mesmos
Mudamos os interesses
Perdemos o apego
O mar invade nossas almas
E nos transforma em pequenos seres
Perto da imensidão que ele exerce
Ele às vezes é calmaria
Às vezes agitação
Assim como o vento
Passando de estação em estação
E sabe?
Somos como o vento e o mar
Nos chocamos em faíscas
Às vezes agitação
Às vezes calmaria
E quando vemos o sol se por
O mar vira obra
E o vento lhe trás vigor
E então seus olhos se fecham entre a luz
O vento toca-lhe o rosto
E você sente o gosto
Da maresia
Um gosto de vida
Igual o que sentia
Quando beijava teus lábios