NÃO DIGA QUE ME AMA

Não diga que me ama

Se a frase vem só do coração.

O coração sempre se engana

E não resiste à mínima ilusão!

Diga que me ama

Pelo jeito que ando

Ou pela forma que reclamo

Quando procuro as chaves de casa.

Diga que me ama

Quando me odeia por não telefonar

Depois de levá-la ao paraíso,

Trazê-la de volta

E ir embora como se nada tivesse acontecido!

Diga que me ama

Quando eu trago presentes

Dos lugares que visito

E só me lembro de dá-los

Dias depois de ter chegado

Como se nunca tivesse ido!

Diga que me ama

Por não lembrar mais do rumo que seguia

Antes de ter me conhecido!

Como se não tivesse havido um passado

E nem um futuro escrito

Nos seus sonhos infantis.

Não diga que me ama

Se a voz que pronuncia

Sai clara e cristalina.

A voz do amor é rouca e incerta.

É certeza fugidia,

Paz que vem tardia,

Mão que nem sempre afaga,

Dor que alimenta chaga,

Infinito que se acaba

Nos mil anos de um só dia!

29.07.07

Paulo Sergio Medeiros Carneiro
Enviado por Paulo Sergio Medeiros Carneiro em 29/07/2007
Código do texto: T584876
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