Que posso eu fazer?

Oferto-te, a mãos cheias, o amor que me cai do peito...

E, se tu, não carregas contigo, nem o que cai pelo chão, a não caber-me nas mãos

Que posso eu fazer, a não ser deixar-te ir, sem nunca saber o gosto que tem esse amor meu

Se te abro as portas/coração, feito leito, para deitares teu cansaço/vida, e tu, desvia o olhar e procura a saída

Que posso eu fazer, a não ser limpar o recinto do cheiro teu e desfazer o leito

E apenas carregar-te ao peito pelo tempo aceito a velar esse adeus

E depois de velado, sepultado, definhado em meu peito

Jogo as cinzas do que nunca fomos, pelos caminhos que nunca percorremos

E se não servir para as flores como adubo na estrada

Que seja, nas narinas/entranhas minhas, adubo para o coração meu...

by Van Alves

Van Alves
Enviado por Van Alves em 11/12/2016
Código do texto: T5850265
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