NOSSOS CAMINHOS.

Se te encontrar nas encruzilhadas

Dos caminhos que não percorremos,

Não repares nas mãos enrugadas

Que seguraram as madrugadas

Das primaveras que perdemos.

Não deixes de presente o teu sorriso

A torturar o passado que não passou,

Voltar a olhar teu rosto eu preciso,

Percorrer os caminhos do paraíso

No tempo que para nós acabou.

Vê como são enlameados os caminhos

Que marcam as nossas pegadas,

Ladeados de perfumados rosmaninhos

A lembrarem os ternos carinhos,

Trocados em despedidas adiadas.

Deixa o sol brilhar em teu lindo rosto

Como outrora nas manhãs de verão,

Recordar o longínquo agosto

Quando nas tardes ao sol-posto,

Abrias solenemente o teu coração.

Não digas às rosas já desbotadas

Que as primaveras não passaram,

Tal como tuas rugas disfarçadas

Que em teu rosto ficaram marcadas

Pelas aventuras que findaram.

LuVito