Se
Se toda arte se extinguir,
Encontraremos no cotidiano leveza?
Vai a paixão persistir
E voraz colocar-se a mesa?
Se minha poesia se apagar,
Em meu olhos a alegria lerá?
Vai talvez se encontrar
No castanho profundo que há?
Se da canção não restar um compasso,
Ouvirá uma vez o que digo?
Se ao te olhar e ir pra cama é um passo,
Encontramos enfim um abrigo?
Se meus versos enfim se calarem,
Vai o amante em meus lábios encontrar?
Se os pássaros um canto entoarem,
Ja é hora de recomeçar...
Dezembro / 2016