há 'perigo' escrito no peito
há 'perigo' escrito
entre os botões da camisa azul turquesa
que teus dedos insistem em desabotoar do pescoço ao quadril
neste dia
é domingo ou segunda ou quem sabe um feriado judaico
em que sorrimos de alguma coisa aleatória no teu quarto
talvez do reboco caído da parede
ou da poeira que forma um desenho surrealista em cima dos livros
enquanto desfecho o zíper da tua blusa
para aliviar toda a tensão sexual dos longos olhares alcoolizados
usados sempre como desculpa para que os teus cabelos possam fazer carinho em minhas mãos
o vento sopra do ventilador
e é primavera:
os flamboyants se espalharam pelo chão