O deserto eu, o oásis ela.

Aquela velha canção se fez presente como nova.

E nunca foi tão clara, assim como as águas de um ribeiro.

E foi jorrando os versos para fora,

Como se a quisesse refazer por inteiro.

Não adianta fugir dela, pois ela me vem assim:

Um dia por amor calada,

Um dia por saudades sentida,

Um dia pela dor plagiada!

Ela é como minúsculas peças de um quebra-cabeça faltoso.

Seguindo preenchendo as lacunas, buscando oásis em dunas

Não sabendo o que falta para ela ser um todo

E sua alma desertificada como o Saara

Só quer calma nessas horas de dor.

A dor que geme, chora e não sara,

É uma dor por excesso e não por falta de amor.

Esses comprimidos não curam o amor

E ela precisa entender!

Mas o coração está lotado, cheio e acabado

Por causa das overdoses que ela tem de você.