*_ NO UNIVERSO DO MEU OLHAR....

Tantos olhos tive ao longo das memórias, e escondido
neles varias histórias.
E eles viram tantas noites estreladas, quanto
fogueiras bruxuleantes.
E foram testemunhas, muitas vezes silenciosos de
atos tristes.
Ah! Olhos maravilhosos passeando nas campinas e
comendo as nuvens do céu...
Sorvendo o dia como mel, e a noite como frescor dos
sonhos.
E foram através deles que pude julgar o certo e o
errado.
E ainda continuo nessa jornada...

Olhos de Osíris...

Na retina a genética do translado da caixa preta do
coração, ao aprendizado.
Fecharam-se inúmeras vezes no silêncio de um quarto,
nas montanhas silenciosas de um mosteiro, perdendo
o brilho da existência.
E abriam-se noutra vida com a mesma cor e pigmentos
de hoje, e com profundos enigmas.

Que cor é essa que me vês?
Seria teu olhar mais intimo de amor?

E assim talvez eles te busquem e também permitam
que me encontre...
Perdi o tempo que meus olhos foram inocentes.
Já tive sangue neles e medo também.
São desenhados no rosto como portas de minha alma.
E nenhuma poesia os decifraria, com perfeição a ponto
de entende-los.
Há muitos universos em meu olhar...

Mas o amor é o único brilho que move minha iris...