Varanda

Varanda

Amei um amor avarandado

Um amor de flores enfeitado

E meu amor ao teu sonhar aconchegado

Não sabia que já havias tu, te retirado

E na varanda as flores inventadas

Percebeu o meu amor que eram plásticas

Sem olor, sem o vigor

Que as mãos de Deus

De flor em flor atara

E viu-se só o amor que até então

De beleza respirava

Em mãos profanas acordara

E seu último respiro foi em dor

Tornou-se pálido e as arandelas se apagaram

Todo breu caindo sobre ela

As redes tão marmóreas

Apenas túmulos insólitos

Desdobrando o meu lamento

Na varanda morta das memórias

Cristhina Rangel.

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 26/01/2017
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