Frio
Tão frio lá fora!
Onde estão tuas mãos
As mesmas que se foram com o alento da brisa?
Estavam com tanta pressa
Da calma que embala a vida
Que pulsa em algum lugar
Longe das palavras de despedida
Que se esvaíram já, ali
No final daquela mesma esquina
Onde os sussurros que investem
Contra os muros
Que nada mais têm
Apenas me dizem que a minha sina
A ti me destina, e a mais ninguém
Lá fora, tanto frio
Das linhas me esguio
P’ra que escrever, do que mais preciso
Perder o meu siso
Através das mãos que decretam minha história
Tuas mãos trazidas pelo vento
Gravadas p’ra sempre em minha memória.
Marcelo de Andrade
03/08/07
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