Pé de Bode

Lá ia o pé de bode

desgovernado, comia poeira

tava sem freio, como pode

Uma correria pela ladeira

Moça passava, roupa de missa

Descia a rua toda faceira

Não viu o danado, tava na prosa

Veio a lama que suja sua blusa grená

Encharca toda de lama de terra fubá

Sapato branco vira marrom

A lama fincou no lugar do batom

Sua maquiagem toda desfez

Seus cabelos molhados

Escorridos de dar dó

O moço do carro coitado

Até tentou desviar

Mas a força era grande

E seu braço não pode agüentar

Fim da ladeira o carro parou

O moço desceu e ainda tentou

Falar para a moça e se desculpou

E foi nos olhos que ela olhou

Um sorriso se abriu que diz aceitou

O pedido de desculpa do rapaz assustado

Viu que tudo aquilo não era pecado

Então se sorriram aliviados

Começava ali com grande emoção

Um flerte, um caso, um só coração

Roberto F Storti
Enviado por Roberto F Storti em 04/08/2007
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