Despeço-me de ti noite.

Porquê?

Teus sonhos me acenam.

Não tem saudade.

Na janela nenhum bem-te-vi.

Não vejo mais o que tem lá fora...

As cortinas oscilam.

Os olhos procuram o que não

existe mais.

Mas no coração é morada, chão,

porto, segurança.

As folhas se espalham em volta da casa.

Pirilampos rutilam, gafanhotos crepitam.

Num estalar de dedos, o mínimo de ti, supri.

O pó embaça a vidraça.

Não vejo mais o que tem lá fora...

Então deito-me, e o teus sonhos

ainda me acenam.

Escusa! Demito-me de ti ó noite!

Luciana Bianchini
Enviado por Luciana Bianchini em 05/03/2017
Código do texto: T5931780
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