AMOR INVENTADO

Eu devia ter mais pudor

mas amo descaradamente.

Devia ser comedido

mas não resisto e torno público:

o amor que invento não é fraude,

maneirismo de mentirinha.

é genuíno, coisa quente

gerada em moenda fria.

Amor inventado, não criado, arte sentida.

Arvoredo que nos sombreie ainda no grão enterrado.

Ergo-me do esboço um tanto animado,

embainho refresco para o entre os dias.

Água boa bebo na fonte da boca que me beija

mas não mato de uma a vez minha sede,

preciso dela para amar quem me consome.

*

*

Baltazar

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 18/03/2017
Reeditado em 29/01/2018
Código do texto: T5944535
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