AMOR INVENTADO
Eu devia ter mais pudor
mas amo descaradamente.
Devia ser comedido
mas não resisto e torno público:
o amor que invento não é fraude,
maneirismo de mentirinha.
é genuíno, coisa quente
gerada em moenda fria.
Amor inventado, não criado, arte sentida.
Arvoredo que nos sombreie ainda no grão enterrado.
Ergo-me do esboço um tanto animado,
embainho refresco para o entre os dias.
Água boa bebo na fonte da boca que me beija
mas não mato de uma a vez minha sede,
preciso dela para amar quem me consome.
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Baltazar