REPTO

Vens e achando-se no direito

Não deslumbras o brilho do Sol

Apenas fechas a luz dentro de mim

Pendas a flama em igual magnitude, com que começaras a ascendência de seu brilho

Asseguras a imortalidade tetra e a gélida escuridão

Batas a janela da minha alma

Emudeças minhas palavras

Silencias o meu grito

Anulas os sons, balbúcios e murmúrios.

E se achares que podes, não limite-se em tolher a liberdade de meus sentimentos

Cancelas o arrebatamento e o voo

Tu, precipitas-me, das alturas.

Naufragas a naus ao porto de meus sonhos, não me deixas navegar.

Suavizas toda a miragem, suprimas toda e qualquer memória.

Mas não enxugas meu pranto

Esgotas a nascente, entravas a foz.

Congelas meu mar fendido

Chegas perto e antes, absorvas a vida que se ensaia e fenece.

Comtemplas e transpassas essa força,

Concluas a ferida aberta da fera ferida em seu cio no estímulo sem respostas.

Deixas a lua silente e triste, reflexiva fascinante e frígida.

Carregas o dia com o seu Sol e tudo que de bom o compõe

Deixas em seu lugar a noite e o seu véu destrelado,

Assustada em si mesma com os seus ruídos de retraimento

Com suas máscaras de múltiplos sobressaltos

Vens e roubas essa criatura altiva que se interpõe e sobrepõe-se às minhas palavras vãs, tolas, mudas, surdas, nulas, mas apaixonadamente insaciáveis.

Descortines o tempo, rescinda o espaço, enxovalhas a nobreza do verdadeiro AMOR.

Extraias a beleza do Sol e a doce lembrança cintilada no horizonte mais puro

E se assim e mais fizeres matar-me-ás, mas igualmente deixará em meu âmago em qualquer momento e lugar o Sol em sua totalidade... Porque a vida te escolhera ser parte da minha vida para ser essência em mim.

Mary Sol

Mary Sol
Enviado por Mary Sol em 22/03/2017
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