REPTO
Vens e achando-se no direito
Não deslumbras o brilho do Sol
Apenas fechas a luz dentro de mim
Pendas a flama em igual magnitude, com que começaras a ascendência de seu brilho
Asseguras a imortalidade tetra e a gélida escuridão
Batas a janela da minha alma
Emudeças minhas palavras
Silencias o meu grito
Anulas os sons, balbúcios e murmúrios.
E se achares que podes, não limite-se em tolher a liberdade de meus sentimentos
Cancelas o arrebatamento e o voo
Tu, precipitas-me, das alturas.
Naufragas a naus ao porto de meus sonhos, não me deixas navegar.
Suavizas toda a miragem, suprimas toda e qualquer memória.
Mas não enxugas meu pranto
Esgotas a nascente, entravas a foz.
Congelas meu mar fendido
Chegas perto e antes, absorvas a vida que se ensaia e fenece.
Comtemplas e transpassas essa força,
Concluas a ferida aberta da fera ferida em seu cio no estímulo sem respostas.
Deixas a lua silente e triste, reflexiva fascinante e frígida.
Carregas o dia com o seu Sol e tudo que de bom o compõe
Deixas em seu lugar a noite e o seu véu destrelado,
Assustada em si mesma com os seus ruídos de retraimento
Com suas máscaras de múltiplos sobressaltos
Vens e roubas essa criatura altiva que se interpõe e sobrepõe-se às minhas palavras vãs, tolas, mudas, surdas, nulas, mas apaixonadamente insaciáveis.
Descortines o tempo, rescinda o espaço, enxovalhas a nobreza do verdadeiro AMOR.
Extraias a beleza do Sol e a doce lembrança cintilada no horizonte mais puro
E se assim e mais fizeres matar-me-ás, mas igualmente deixará em meu âmago em qualquer momento e lugar o Sol em sua totalidade... Porque a vida te escolhera ser parte da minha vida para ser essência em mim.
Mary Sol