O SOPRO DA SAUDADE
Açoita-me sem escrúpulo ao cálice
Tange-me numa direção imprecisa
E sua voz segreda-me sem destino
Sem advento sensato...
Voz tua, sussurra-me.
Arrasta-me e faz-me vaguear
Por entre os arbóreos de meu passado
Sem a coeva confiança, incisiva, de onde chegar...
A brisa de tuas carinhosas lembranças
Resfria minha dor e acaricia minha tez
Afaga minha alma e acende meus risos...
Tuas palavras murmuram na minha alma
Refletindo-a em lances que a alentam,
Aleitam-na espera...
O temporal munido com tua ausência
Espantosa, contra apontando-me
Velada em tua lacuna
Déspota e atroz em si mesma
Acoima minha essência...
O querer atmosférico, da busca e da espera vã
Na contra mão, de múltiplas direções
Confuso, agita-me o corpo
Acabrunha-me o cerne...
A consternação de mim mesmo
Acondicionada entre encantos e precipícios
Fala-me e engana-me
Sua réplica e, o silencio do meu silencio vívido
Cortado com soluços de minha alma...