O Jardim

No meu precioso jardim

Enfim desabrochou

Uma flor sem compromisso

E sutilmente me encantou

Logo a mim, pobre Jardineiro

De todos o mais desatento

De certo, não sou digno

De tão nobre talento

Como pode ?

Um ser tão puro e delicado

Aflorando tamanha fragilidade

Brotar em um árido coração

E se embrenhar em tamanha profundidade

O que eu não desejava

Lástimamente ocorreu

Espinhos cresceram por todos os lados

Perfurando sorrisos e carinhos meus

Mas como todo bom jardineiro

Isso eu podia solucionar

Calcei meus beijos nas mãos

E os espinhos

Um por um

Pus-me a arrancar

E depois de tanto tempo

O jardim voltou a florir

O seco se tornou fértil

Até as lágrimas do meu choro

Desejaram sorrir

Hoje lhes conto esta história

A flor se entrelaçou nas minhas veredas

Tudo regado a fulgor e glória

Eu sou feliz novamente

E não há quem me entristeça