Olhar do Mediterrâneo

Diante do esverdeado olhar instigador

Apaixonada fenícia o toma como amante romano,

Na incompreensão de tão repentino afeto mundano

Tocaram- se intensamente com carícias em brasa

Embebidos de saudosismo e medo avassalador.

Reformaste a alma daquela resistente arabesca.

Amor espiritual e desejo carnal tomaram-na á

Força de reviver o antepassado, entregando

Ao itálico charmoso seu corpo e alma, deixando

Espíritos de matrimônios ás paginas antigas.

Lúdicos desenhos em pele também o perpetuará.

Primeiro e único rebento de miscigenação,

Incrédulo da beleza própria, da sabedora vigente.

Notável és o homem da origem mediterrânea.

Hostilizaste sua cerne bela, de traços mouros

Apaixonantes, semeando na alma em evolução

Bastões de glória e perfeição.

Improváveis críticas refletidas aos espelhos

Burlava o que sua alma tanto exaltava

Iluminado do altruísmo que buscava.

Após encontrar o espírito viril emoldurado

Montado como o príncipe á cavalo,

Ordenaste a dama ao coração frágil o cuidado

Rigoroso ao amar em um campo instável,

Em mente incrédula e pouco habitável.

Mas a coragem daquela curandeira enamorada

Intensificou com o reencontro do racional construtor,

O peregrino, o incrédulo, o amante, do verosímil amor.