Hermeticamente...

E é bem assim,
Dessa forma inusitada,
Que deixas o meu eu,
Toda vez que me perco
Nesse teu versejar,
Nessa tua maneira obscura
De me amar...
Quando, nua,
Meio sôfrega, ofegante,
Mas totalmente tua,
Deixo-me perder
Nessas tuas palavras,
Ora ousadas,
Ora pragmáticas,
Deixo que elas me embriaguem,
Me invadam e me digam
Pra onde elas querem
Que eu vá...
E eu vou num segundo
E sem pestanejar...
Mas espera aí,
Essas tuas poesias sempre tão
Hermeticamente escritas,
Não me seriam impossíveis de ouvir?
Absolutamente...
Elas gritam e claramente!
Agora entendes
Por que te leio assim,
Tão avidamente?
É que compreendendo teus versos,
Escutarei de forma límpida,
Tudo aquilo que tu nunca me dissestes,
Mas que, em tuas entrelinhas,
Eu sinto que tu sentes...
Aliesh Santos
Enviado por Aliesh Santos em 13/04/2017
Reeditado em 13/04/2017
Código do texto: T5970215
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