Sob o véu

Por trás do fino véu enluarado

um encontro vertiginoso,

um encontro de amor

sob o véu enevoado.

Uma paixão imortal

o desejo que não cessa

toda vida a pensar no ser amado

a se transportar além da terra.

Uma vertigem

ruptura da realidade,

Apenas um sonho

Sob o véu da eternidade.

Sob esse manto sagrado

amar sem nenhum obstáculo.

É só dormir, sonhar

fiar abraços,tecer insanidades.

Encoberto de pó de estrela,

No véu do sonho, tocar as mãos,

a alma sentir no íntimo,

o ápice do prazer, propiciação.

Sob o manto sagrado

não se pode desvirginar o tempo,

as estações desabrochadas ,

as muitas noites e manhãs.

E ao se desfazer o sonho

a alma amarga solidão,

Enleva-se ao mistério

e a boca implora

o beijo com gosto de hortelã.

Paula Belmino