Para André

De olhos atentos,

Mãos cheias de sonhos

Oriundo da cidade quase fictícia

E portador da pequena caixinha de ilusão

Surgiu na minha história,

Intensificando minhas especiarias

Deslocando meu coração,

Dando vida aos cantos frios da casa,

Amolecendo o solo duro do meu peito

E irritando neurônios desavisados

Com seu tom impressionista, nada convidativo.

Por vezes, até penso nele

Sabe-se lá quantas vezes, mas me calo.

Por eternas razões,

Calo o Moreno que habita em mim,

Porém, por pouco tempo,

Ele tem tanto excesso de vida que quase chega de disco voador,

Tem beleza e muito riso

Que convivem com seu timbre de saudade,

Conforta-me, esse timbre.

Pois é a unica coisa que tenho dele:

O timbre e sua atenção por alguns minutos.

Isso basta,

Basta pra eu saber,

Da inconstância de nossas vidas

E em cada cannabis que compartilhamos

Existe um sopro divino comum

Somos assim:

Centelha e veneno,

Distância e afeto

Imaterial e rastros de vozes

Lucas Guilherme Pintto
Enviado por Lucas Guilherme Pintto em 20/05/2017
Código do texto: T6003932
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