A Devoção Necessaria

Abandona o vale negro do desespero

E ruma,com coragem e com amor,

No culto da beleza, na senda do ideal,

Peregrino das boas causas desta vida.

Para aplacares a dor eterna que ronda

Teu ser,espectro fatal, reincidente,

Da primeira idade originado,adolescente

Pranto renovado,vicio de ar ruim.

Bebe o translucido licor que inunda o espaço

Retem do amor a seiva mais presente

Sejam tuas palavras generosas,firmes e ternas

Tua devoção ,a sedutora graça expressa no gesto expansivo.

Ama inapelavelmente,sem cor e sem limite,

Pois o que resta afinal, senão o amor?

Pois o que traz vida e paz, senão sua ventura?

Nada mais alberga,alegra,afaga,tonifica,

Somente no amor,irrestrito,sem peias oferto,

A vida é o que pode ser, e o que deve ser,

Bem cuja multiplicação é o ermo, a senda inumerável,

O resto é vale feio,murcho,povoado de quiméricos fantasmas.

O a mor preenche o peito e o côncavo espaço

Telefona para a que te ama e te dá prazer

Que a ti entre tantos outros prefere,e francamente

Fala do teu desejo,da tua paixão, da tua saudade,

Do império todo de retenção e permanência.

Cria de amor a tua lisonjeira presença imutavel.

E aos tratos de amor abre o teu precioso cálice.

O mundo que tudo oferta nada conhece de mais precioso.