Dos cromossomos até o dedo do pé

Dos cromossomos até o dedo do pé, eu te quero, quero cada coisa que te faz mulher, de fibra, osso, sangue e de ferro, me cego, mas relo o dedo em você, tatiando desejo, pego, berro, grito, buscando o ensejo perfeito pra te dar mais um beijo antes de fazer o que quiser, dos cromossomos até o dedo do pé, te admiro, te desfiro tiros de testosterona, vodka, e tylenol, em forma de beijo, me retiro pois a barba pode arranhar teu queixo, mas depois volto porque sei que você gosta, não é? Dos cromossomos até o dedo do pé, te devoro, te mostro, que seu corpo é um caminho, e tuas curvas são um riacho, no qual me afogo, me perco sozinho, e jamais me acho, pelo menos até você me trazer de volta, pois já é hora do café... Dos cromossomos até o dedo do pé, amo muito o que você é, e o que quiser de mim será seu, pele, alma, cabelo, cumpro até aquela promessa que a gente esqueceu, você sabe, carinho de dedo, como num dia qualquer... dos cromossomos até o dedo do pé, cada palavra que você me disser, ficará num relicário, dentro de um armário, dentro do meu peito, cada célula, gesto ou toque que vem de você é perfeito, pele, crises existenciais, cólicas, circunferência do peito, tudo se encaixa, se enlaça em mim que sou nó, sou dó e você é compaixão, sou dó e você é o mi menor da nossa canção, e sempre que sou sim, você é sim também só pra não me ver rimar, ah mulher, dos cromossomos até o dedo do pé, você sabe ser sua, sabe ser minha, e quando está nua você me definha, com tua inocência mesquinha que me faz achar graça, nem vem com pirraça que hoje eu te quero toda, vem cá, me dá sopa, que hoje eu sou a colher... Dos cromossomos até o dedo pé, não há nada melhor, nada mais pó, nem poeira de estrela que você, que é um universo finito por si só, que começa no sorriso e termina no umbigo me embriagando quando te olho melhor, você deusa, eu ateu, teu, mesmo sem ter fé... Descobri que é possível amar uma mulher, dos cromossomos até o dedo pé...